O MINISTÉRIO PÚBLICO CRUZOU OS BRAÇOS DIANTE DO RACISMO INSTITUCIONAL EM TAUBATÉ!

Notícia

Depois de quase três anos de boicote, sabotagem e silêncio, o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial foi finalmente aprovado em Taubaté. Mas que vitória é essa, se o projeto chega desfigurado, sem representatividade negra garantida, sem poder de decisão e agora com o aval silencioso do Ministério Público?

Sim, o MP lavou as mãos.

A denúncia feita pelo Professor Silvio Prado escancarava o que toda Taubaté já sabia: vereadores — liderados por Alberto Barreto — travaram, por anos, a criação do conselho. Fizeram isso com manobras, discursos racistas e ataques ideológicos. E o Ministério Público, que deveria defender os direitos constitucionais e combater o racismo, respondeu com um sonoro: “isso não é problema nosso.”

Segundo o promotor Darlan Dalton Marques, não havia “indícios de violação do processo legislativo”, como se deixar um projeto apodrecer por mais de dois anos na gaveta, com direito a ataques públicos à população negra, fosse algo “normal”. Como se a sabotagem institucional de uma política antirracista fosse só mais um detalhe do trâmite burocrático.

Não é.

É racismo institucional.

É covardia política.

É cumplicidade.

Quando um vereador sobe à tribuna para dizer que um conselho da igualdade racial representa “supremacia” ou faz comparações absurdas com Hitler, não estamos diante de “opiniões divergentes” — estamos diante de discurso de ódio racial, promovido de dentro do Estado.

E o que fez o Ministério Público? Virou as costas. Perdeu a oportunidade de dizer que a igualdade racial é cláusula pétrea da democracia. Perdeu a chance de ser parceiro da luta antirracista. Preferiu o conforto do protocolo ao compromisso com o povo.

Esse arquivamento não é técnico. É político.

É uma escolha.

E, como toda escolha, será lembrada.

Não estamos falando apenas de um conselho. Estamos falando de memória, de justiça, de vidas negras que seguem sendo invisibilidades. O MP, ao lavar as mãos, se alinha ao atraso, ao preconceito e ao projeto de cidade que exclui.

Mas nós seguiremos de pé. Porque a luta por igualdade não depende de favores — ela exige coragem. E se o Ministério Público não tem coragem, o povo preto de Taubaté tem.

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