Prefeito Sérgio Victor manda arma para o lugar do diálogo e se esconde de reunião com Ministério Público
Na última segunda-feira (5), servidores públicos municipais de Taubaté ocuparam a frente da Prefeitura em um ato pacífico, legítimo e necessário. Munidos apenas de cartazes, palavras de ordem e um sentimento coletivo de revolta, eles protestavam contra o decreto 16.042/2025 — assinado pelo prefeito Sérgio Victor — que corta na carne do funcionalismo ao mudar a forma de cálculo dos adicionais de insalubridade e periculosidade, reduzindo drasticamente os salários de quem trabalha em condições adversas.
A resposta do prefeito? GCM fortemente armada na frente do Palácio Bom Conselho, como se estivessem lidando com uma ameaça terrorista e não com trabalhadores de cara limpa, com nome, sobrenome e endereço fixo — servidores da própria prefeitura que só querem o que lhes é de direito.
Enquanto isso, o prefeito Sérgio Victor faltou à audiência marcada com o Ministério Público do Trabalho, nesta terça (6), e sequer enviou representantes. Foge do diálogo, mas manda arma longa pra cima de quem protesta.
Durante o ato, o presidente do PCdoB de Taubaté, Professor Jeferson Campos, foi enfático em vídeo gravado no local:
“O prefeito Sérgio tá fazendo uma maldade. Não tem outra conotação. Quer reduzir salário de servidor. A gente sabe que o partido Novo tem esse modelo de governo: massacrar o servidor municipal. […] O prefeito mentiu, falou que não ia perseguir o servidor. Tá perseguindo, tá retirando direito. […] Uma questão absurda: a Guarda Municipal armada aqui na frente da prefeitura. Pra quê? […] Ninguém vai ocupar a prefeitura, ninguém aqui é antidemocrático como você é.”
Também presente no protesto, a coordenadora da APEOESP de Taubaté e vice-presidente do PCdoB Taubaté Cristiane Peixoto, destacou com ironia:
“Absurdo isso. Vê se na porta das escolas no período noturno passa alguma viatura.”
Enquanto o decreto segue adiando o impacto financeiro até julho de 2025, o estrago moral já está feito. Os servidores se sentem traídos, intimidados e desvalorizados. E agora, também acuados por uma gestão que responde à indignação com armamento pesado e silêncio institucional.
Se o prefeito Sérgio Victor pretendia assustar, o efeito foi o oposto: a revolta aumentou e as redes sociais estão escancarando a truculência. A pergunta que ecoa nas ruas da cidade é clara:
Quem vai cuidar de quem cuida, se o governo atira no próprio time?
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