Em meio a anos de reclamações da população sobre ônibus lotados, atrasos frequentes, falta de acessibilidade e frota sucateada, a Prefeitura de Taubaté e a TAU! anunciaram com estardalhaço um suposto “pacote de melhorias” no transporte público. A promessa, recheada de termos como “modernização”, “inovação” e “sustentabilidade”, mais parece um tapa na cara de quem depende diariamente de um sistema que continua precário e ineficiente.
A medida surge meses após denúncias e críticas constantes dos usuários, que convivem com ônibus velhos, linhas mal planejadas e longos tempos de espera nos pontos — isso quando os ônibus realmente passam. A nova investida do poder público, no entanto, levanta mais suspeitas do que esperanças.

Uma “ECO” para chamar de nossa (e só nossa?)
A grande estrela do anúncio é a tal da “ECO” – Estação de Conexão – instalada no bairro Cecap. Com placas solares e visual “moderno”, a estrutura parece mais preocupada em render boas fotos para redes sociais da Prefeitura do que de fato melhorar a mobilidade urbana. A centralização no Cecap levanta outra questão: e os outros bairros esquecidos pelo sistema? Qual é o plano para eles?
Novos ônibus… mas não para todos
Foram anunciados 15 novos ônibus — mas apenas 5 começarão a circular imediatamente. Os outros 10 virão “ao longo do ano”, enquanto 12 veículos velhos serão finalmente aposentados. No fim, o aumento real da frota será de apenas 3 ônibus para uma cidade inteira. Isso representa um acréscimo pífio de 4,5% para uma demanda que cresce muito mais rapidamente.
E se você achou que ia escapar do calor: sim, alguns têm ar-condicionado, mas não há garantia de que todos os bairros terão acesso a eles. Na prática, o conforto prometido continua uma loteria.
Aplicativo, WhatsApp, site… só falta ônibus mesmo
Investiram em assistente virtual, app com Pix, planejamento online de viagens e até ponto físico de atendimento na Praça Dom Epaminondas. Mas a pergunta que ecoa entre os usuários é: de que adianta tanta tecnologia se o ônibus não passa no horário, está sempre lotado ou nem cobre o bairro?

Economia para quem?
A Prefeitura ainda se vangloria de ter “adiado” o início do subsídio do transporte de julho de 2025 para janeiro de 2026, economizando R$ 6 milhões. Mas economizou para quem? Para o passageiro que espera 40 minutos no ponto e paga caro por um serviço ruim? Ou para os cofres públicos que seguem tratando o transporte como um negócio, não como direito básico?
Enquanto isso, a realidade nas ruas…
Basta andar por qualquer terminal da cidade ou conversar com passageiros para perceber que o cenário pintado nos comunicados oficiais está longe da realidade. As mudanças são pontuais, restritas e não atacam os problemas centrais: falta de cobertura adequada nos bairros periféricos, má qualidade dos veículos ainda em circulação, superlotação e descaso histórico com a mobilidade urbana.
📢 A população quer mais do que cosméticos
Taubaté não precisa de marketing digital e ônibus de vitrine em festa italiana. Precisa de transporte público digno, amplo, pontual e acessível. O mínimo que qualquer cidadão merece. Enquanto isso não acontece, as promessas seguem no papel — e o povo, no ponto.
JUNTOS VENCEREMOS
Share this content:

