DIRETORA DE UMA ESCOLA SOFRE AVC APÓS SER AMEAÇADA POR MÃE EM TAUBATÉ!

Notícia

Uma professora sofreu um AVC após ser ameaçada e ignorada pela Prefeitura. Como chegamos a esse nível de descaso com quem educa nossas crianças?

No dia 20 de maio de 2025, a educadora Leonor de Abreu Silva Santos, com 30 anos de sala de Aula, viveu um dos episódios mais traumáticos da sua carreira. O que começou como um gesto de responsabilidade e cuidado com a vida de uma criança de 1 ano — que apresentava febre há semanas — terminou com Leonor sendo ameaçada de agressão, desacreditada por seus superiores e, semanas depois, internada após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

O preço de proteger uma criança foi o adoecimento. E a punição? Rebaixamento e abandono institucional.

Tudo começou quando Leonor, ao perceber que a febre persistente da criança colocava sua vida em risco, decidiu acionar o SAMU. A mãe, que já havia se negado a buscar a criança em outro episódio, chegou gritando e agredindo verbalmente a equipe médica. Dias depois, voltou à escola para ameaçar Leonor fisicamente, chutando o portão, dizendo que “ia me bater” e “sabia onde eu fazia compras”.

Mesmo com boletins de ocorrência, prints de mensagens, áudios, vídeos e documentos que comprovam os ataques, a resposta da Prefeitura de Taubaté foi vergonhosa: acolheram a agressora e, como “solução”, ofereceram a Leonor uma coordenação pedagógica — um verdadeiro “prêmio de consolação” disfarçado de apoio.

Uma educadora é agredida, tem crise de ansiedade, sofre um AVC… e o poder público lava as mãos.

A professora passou dias em casa chorando, se culpando, com medo. Mesmo assim, voltou à sala de aula, agora em uma escola distante, no bairro Esplanada Santa Terezinha 2. Foi nesse novo local de trabalho, sem qualquer suporte emocional ou psicológico, que sua saúde colapsou.

Em pleno exercício de sua função, ela começou a sentir tontura, perda de equilíbrio, dor de cabeça e vômitos. Levada às pressas pela equipe da escola ao Hospital Regional, teve o diagnóstico confirmado: AVC isquêmico. Foi internada na UTI, trombolisada a tempo e, felizmente, já se encontra no quarto, em recuperação.

Em mensagem enviada após deixar a UTI, Leonor escreveu:

“Eu tive um AVC na terça-feira, saí da UTI ontem e estou no quarto. Iniciei a fisioterapia pulmonar e muscular… Se Deus quiser, não terei sequelas. (…) Minha sorte (e Deus) foi que mesmo com pavor de hospital, resolvi ver o porquê da perda de equilíbrio, dor de cabeça e vômito (…). O médico que me atendeu foi extremamente rápido nas ações.”

Esse relato emocionante escancara a gravidade de uma situação que poderia ter sido evitada, se a Prefeitura de Taubaté tivesse cumprido com sua responsabilidade institucional

Até quando os educadores pagarão com a própria saúde por fazerem o certo?

A APEOESP – Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo – vem denunciando o caso com firmeza. Em vídeo publicado recentemente, o sindicato destacou a falta de segurança nas escolas, o adoecimento da categoria e a omissão do prefeito Sérgio Victor e do secretário municipal de Educação.

“Essa mulher adoeceu. (…) Teve um AVC. Está internada sob cuidados médicos. Isso é muito grave. A Prefeitura vai permitir que essas atrocidades continuem acontecendo?”

A verdade é dura: em Taubaté, proteger uma criança custa caro — e a conta vem direto na saúde mental e física do educador. O caso de Leonor não é isolado. Apenas nos últimos dois meses, duas professoras morreram em seu local de trabalho. A pergunta que fica é: quantos mais vão precisar adoecer ou morrer para que algo mude?

Apoio e resistência: O silêncio da Prefeitura ecoa como conivência. Mas a categoria não está sozinha.

Finalizamos com um forte agradecimento à coragem da professora Leonor, que mesmo internada, permanece firme na denúncia e promete buscar justiça. Seu relato resume o sentimento de milhares de profissionais da educação:

“Somos as novas Genis de Chico Buarque. Ajudamos, apanhamos, somos desprezadas… e seguem nos culpando.”

O Venceremos se junta à APEOESP em solidariedade à professora Leonor de Abreu Silva Santos e exige uma resposta pública da Prefeitura de Taubaté. O espaço segue aberto, mas o silêncio, até agora, fala por si.

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